Força

E quando você é o motivo da admiração
Ao mesmo tempo em que é o motivo da decepção?

Quando a sua força impressiona
Mas se perde no primeiro elogio
Quando a sua independência fascina
Mas se desfaz na primeira noite sozinha
Quando o seu brilho cega
Mas se apaga depois do primeiro encontro

Normal

Não sei se é normal
Mas era o meu normal

Ser tão desigual
E me fingir de igual

Não sei se é normal
Mas era o meu normal

Saber o meu gosto
E sempre seguir o seu gosto

Não sei se é normal
Mas era o meu normal

Tentar me ajustar
Sem perceber que isso era me apagar

Não sei se é normal
Mas era o meu normal

Era, porque não me pertence mais
E hoje não abandono mais o meu cais.

Universo

Quem manda é o Universo
O caminho é dele
Não adianta eu te ganhar com verso
Muito menos querer a sua pele

Quem manda é o Universo
Não escuta o que eu peço
Sempre em busca do seu gesto
Nem muito de longe estremeço

Caos

E do caos as coisas se transformam
Cada célula mostra a sua função

E no caos as importâncias se inovam
Cada célula expressa o seu coração

E do caos as expectitivas se renovam
Cada célula com sua nova expressão

Sopro

E de repente um sopro
Olhando a fundo seriam muitos

Em um dia cabem quantos sopros?
Olhando a fundo ele daria tantos frutos

No seu dia cabem quantos sopros?
Olhando a fundo seriam muitos

Pelos sopros
Pelos ventos
Pelos tantos

Calma

E quando falta inspiração
O motivo é a quietação

A falsa calma
Que me toma a alma

E toda aquela paixão
Se torna decisão

Veneno

Não tem segredo
Basta provar do próprio veneno
Escolher a dedo
Muito menos ameno

Não tem segredo
Basta provar, moreno
Escolher o próprio enredo
Muito menos sereno

🏆

Porque as vezes a gente apanha

Mas as vezes a gente ganha